segunda-feira, 27 de outubro de 2008
ESCLARECIMENTO de DÚVIDA:
Por outro lado, o facto da Lógica ser uma área particular da Filosofia - e ser efectivamente uma ciência - não transforma a Filosofia numa actividade científica (já que a Filosofia não se reduz à Lógica) .
A Lógica é, de facto, um domínio muito particular no conjunto das áreas da Filosofia: é apenas uma parte específica da reflexão filosófica. Tem uma natureza científica porque possui um objecto bem delimitado ( o pensamento) e objectivos e métodos muito particulares: tem por objectivo, formular e aplicar as regras e leis do pensamento válido. O seu método é racional ( aplicando técnicas para a construção de raciocínios de diferentes tipos, dando consistência à argumentação). No entanto, o objecto e objectivos da Filosofia ( enquanto actividade especulativa e racional) são muito mais abrangentes do que o objecto e objectivos da Lógica, pelas razões que acabei de expor.
ESPERO TER AJUDADO !
CORRECÇÃO de ACTIVIDADE SUMATIVA - Dimensão Discursiva da Filosofia
TEMA: O Futebol em Portugal
2 teses possíveis:
1ª É uma indústria que movimenta muitos negócios, afectando o estatuto desportivo que o futebol deveria manter.
2ª O panorama futebolístico português é corrupto.
TEMA: Os Impostos
2 teses possíveis:
1ª Deveriam assegurar o funcionamento das estruturas sociais do Estado mas, em regra, não asseguram.
2ª O sistema fiscal é injusto e pouco controlado pelo Estado que, por sua vez, é permissivo na fuga aos impostos.
TEMA: O trabalho Infantil
2 teses possíveis:
1ª Viola os Direitos Humanos fundamentais, em particular, os Direitos da Criança.
2ª É ilegal e imoral, revelando o atraso social, político e económico de um país.
QUESTÃO 2:
(Texto 1)
a) - Tema: A adolescência
b)- Tese / citação do texto: " Não há estrelas no céu a dourar o meu caminho; por mais amigos que tenha, sinto-me sempre sozinho".
(Texto 2)
a) - Tema: O sentimento ( o estado psicológico ) que esteve na origem da Filosofia.
Ou:
" A origem da Filosofia".
b) - Tese / citação do Texto: " Foi (...) pela admiração que os homens (...) foram levados a filosofar".
sábado, 25 de outubro de 2008
Módulo II - Acção Humana e Valores
" Penso, logo, EXISTO" / " Escolho, logo ajo, logo, SOU"
TEXTO DE APOIO AO ESTUDO e ACTIVIDADE FORMATIVA
Neste texto, procurarei abordar alguns dos aspectos que caracterizam a especificidade da Acção Humana, relativamente aos comportamentos de outras espécies.
Aquilo que separa o comportamento humano das condutas dos animais, só se pode compreender pela análise da complexa relação do homem com o Mundo. O mundo é assumido como o Plano de Realização das Acções - o mundo é o “palco” onde o sujeito
(agente das acções) desenvolve relações múltiplas, realizando-se como ser biológico e socio-cultural. Deste modo, as acções humanas envolvem, sempre, uma tripla dimensão: o agir biológico/natural; o agir histórico e socio-cultural e uma dimensão temporal, composta pelo passado, pelo presente e pelo futuro.
Na primeira dimensão (na dimensão natural físico - biológica), os comportamentos do homem não diferem, substancialmente, dos comportamentos das restantes espécies: tratam-se de condutas associadas à satisfação das necessidades básicas, à sobrevivência individual e à continuidade da espécie: são “acções” fixadas pela própria natureza – comportamentos instintivos, rígidos, automáticos, transmitidos genética e biologicamente, sem alterações significativas, (repetidos ao longo da existência da própria espécie). Porém, é no domínio das outras dimensões (histórica, socio-cultural, psicológica e temporal), que o homem adquire a sua verdadeira natureza e se afasta das condutas dos restantes seres vivos.
Os comportamentos sociais que regulam as relações humanas são muito mais complexos e sofrem evoluções muito mais profundas e rápidas do que os comportamentos sociais das restantes espécies (incluindo as mais dotadas do ponto de vista da inteligência, como é o caso dos primatas: símios em geral, chimpanzés, bonobos, gorilas, etc.) porque, no caso humano, temos sempre que contar com um factor incontornável: a LIBERDADE – o exercício de escolhas conscientes: o livre arbítrio.
Assim, mesmo no domínio do simples agir físico e biológico – (acções associadas à sobrevivência) se verifica que o homem não as realiza com a rigidez e os automatismos com que as outras espécies o fazem; todos sabemos, por exemplo, que o simples acto de comer está, na espécie humana, condicionado a hábitos sociais e culturais ( na Ásia não se come como na Europa ou na África); o próprio ritual das refeições diárias é acompanhado de factores de grande complexidade em todo o mundo: a confecção das refeições (culinária) o pôr da mesa, os pratos, o uso dos talheres, as regras básicas de higiene, etc. etc., para não falar da complexidade e diversidade associada aos comportamentos sexuais na espécie humana, que assumem influências sociais históricas e culturais muito fortes.
Em suma, todos os comportamentos do Homem – até mesmo aqueles que aparentemente seriam puramente biológicos/naturais, (instintivos) nunca o são somente! São marcados pela racionalidade (o homem controla as suas acções pelo raciocínio e pela vontade – livre arbítrio) e isso reflecte-se em todo o tipo de acções, sejam elas do domínio biológico/psicológico ou dos domínio social e cultural.
As acções humanas não têm por objectivo prioritário, contrariamente aos comportamentos dos animais, assegurar a continuidade da espécie, mas CONSTRUIR UM PROJECTO DE VIDA – UM PROJECTO DE EXISTÊNCIA – que depende da noção de temporalidade, isto é, da consciência (que só o homem possui) de que a sua vida se desenvolve nos planos do passado, do presente e do futuro sendo, ao mesmo tempo, o único animal que vive com a consciência da sua própria finitude: o homem constrói a sua vida, sabendo que um dia irá morrer – essa noção consciente e ritualizada* da mortalidade, não acompanha a vida de mais nenhuma outra espécie.
Assim, as acções humanas são, sempre, comportamentos orientados pela racionalidade pela consciência e pela vontade; dirigem-se sempre à construção de um projecto de vida (seja ele qual for) e, por isso são acções conscientes, intencionais e voluntárias (implicam escolhas e responsabilidade por essas escolhas). Por isso, o agir humano não é, apenas, o gesto físico, os movimentos e as diferentes práticas da vida quotidiana, mas envolve acções de uma outra natureza como o PENSAMENTO e a LINGUAGEM – que são comportamentos únicos (específicos) de um ser racional.
* ritualizada - porque desde os tempos mais remotos (primitivos), o Homem é a única espécie que realiza o Culto da Morte ( desde os mais sofisticados e complexos rituais antigos – como o dos Egípcios, até aos meetings sociais e amorfos dos funerais da actualidade no mundo ocidental).
domingo, 19 de outubro de 2008
Matriz do 1º Teste / 1º Período: 30/10 a 4/11
ESTRUTURA:
2 versões com igual estrutura.
3 Grupos de questões:
Grupo I - 15 itens de escolha múltipla : reconhecimento
aplicação
selecção de conceitos e conteúdos nucleares.
Grupo II - 6 itens de resposta curta e orientada / condicionada: definições / exercício/ interpretação de enunciados e aplicação.
Grupo III - 3 questões subordinadas a texto:
Com votos sinceros para que o vosso estudo não seja assim como o do Estudante da Gravura!
Todos os conteúdos da Unidade Inicial ( até à dimensão discursiva do trabalho filosófico).
Situação no Manual : do início , até à pág. 23 inclusivé).
COTAÇÕES:
Grupo I: 15 x 4 = 60 pontos - 6 valores
Grupo II: 6 x 15 = 90 pontos - 9 valores
Grupo III: 2 x 15 + 20 = 50 pontos - 5 valores
TOTAL: 200 pontos / 20 valores
- Explorar todos os materiais de apoio divulgados.
- Produzir / redigir sínteses ; produzir / esquematizar sinopses.
- Rever, com atenção, exercícios e actividades realizadas na aula.
- Listar / seleccionar e assimilar o significado dos conceitos filosóficos específicos e das definições operacionais.
NO MANUAL:
- Ler e eventualmente, sublinhar, conteúdos das páginas indicadas.
- Redigir sínteses e produzir comentários sobre os conteúdos expostos.
- Contextualizar o estudo, com a leitura atenta dos Textos Complementares ( pág.s 36-37)
- Utilizar dicionário para a descodificação de conceitos/noções ( se necessário).
Agradeço em nome da turma por nos ter facultado esta matriz, que sem dúvida nos irá ajudar a esquematizar e organizar os conteúdos leccionados, contribuindo para um maior empenho e até uma maior motivação para o estudo da disciplina.
28 de Outubro de 2008 15:10
domingo, 12 de outubro de 2008
Recordando as propostas do Projecto Curricular neste início do 2º Período
GLOBALIZAÇÃO e SOCIEDADE da INFORMAÇÃO
Aqueles que visitarem o Blog neste início do 2º Período, certamente notarão que os conteúdos foram reajustados (muitas postagens do 1º Período foram suprimidas para rascunho), para facilitar o acesso directo dos Grupos de Trabalho às propostas do P.C.T. ( Projecto Curricular de Turma).
A Sociedade da Informação, marcada pelo incremento e gigantesca expansão das Novas Tecnologias, tem tido um impacto enorme nos ritmos de vida e nas relações do homem contemporâneo com o mundo, com os seus semelhantes e consigo próprio: já quase não existe tempo para uma existência à escala humana, que reserve lugar para a auto-reflexão, para a vida familiar, para o plácido usufruto dos tempos livres. Este é o paradoxo das sociedades contemporâneas: acreditou-se que as máquinas inteligentes viriam libertar o homem do "inferno" imposto pela industrialização dos sécs.XIX-XX. Nada de mais enganoso e ilusório! O homem contemporâneo vive marcado por outro ritmo, muito mais vertiginoso e devastador da sua própria natureza do que todos os fumos, detritos e fuligens produzidos pelas máquinas a vapor e pelas fábricas da primeira vaga industrial.
Urge perguntar o que restará da natureza humana quando a "máquina" (já não a da fábrica ou a do escritório), mas aquela que lhe entra pela casa dentro todos os dias, impõe a sua presença "sem lhe pedir licença" , ou sorrateiramente o "espia" nas ruas das grandes cidades, (através de câmaras ocultas) retirando-lhe, abusivamente, o direito de ser um cidadão anónimo (mais um), entre milhares de transeuntes descontraídos e apressados, retirando-lhe o direito de usufruir (em casa, na sua privacidade), da pausa merecida após mais um dia de trabalho.
Nem a contemplação do espectáculo sublime do Universo é capaz de nos incutir sensibilidade e consciência suficientes, para travar a escalada consumista de contaminação e de esgotamento dos recursos energéticos. A "voragem" da Globalização impõe-nos o seu ritmo,directamente proporcional à passividade e indiferença do Homem.
Que Universo e que Planeta acolherão as gerações futuras?
CONTRASTES E ASSIMETRIAS da GLOBALIZAÇÃO:
No presente ano lectivo iremos desenvolver os Trabalhos do Projecto Curricular em torno do Tema da GLOBALIZAÇÃO.
Tendo em conta que o Programa de Filosofia se centra nos cruzamentos entre o fenómeno da Globalização e os Direitos Humanos, proponho que os Grupos de Trabalho que viermos a constituir, explorem um sub-tema associado à orientação do Programa.
Assim apresento, em seguida, algumas sugestões que os Grupos de Trabalho poderão aproveitar, não impedindo que optem por outras, sempre dentro do espírito do Tema aglutinador que é :
1º GLOBALIZAÇÃO e ASSIMETRIAS / DESIGUALDADES no DESENVOLVIMENTO
2º IMPACTOS socio-culturais da GLOBALIZAÇÃO - ( planeta Global, planeta igual ? )
3º FOME e SOCIEDADE de CONSUMO
4º GLOBALIZAÇÃO e TERRORISMO
5º GLOBALIZAÇÃO e EXCLUSÃO SOCIAL – O drama dos sem-abrigo.
7º GLOBALIZAÇÃO e SOCIEDADE da INFORMAÇÃO.
ESPERO QUE SEJAM TÃO RECEPTIVOS A ESTA PROPOSTA COMO FORAM OS VOSSOS COLEGAS DE ANOS ANTERIORES.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Correcção do Jogo Pedagógico 1
1.
R: A afirmação é Falsa; são dois níveis do filosofar : o primeiro, espontâneo, superficial e o segundo, especializado, organizado.
2.
R: Um pensamento natural, não aprendido – que nasce connosco; fazendo parte integrante da nossa racionalidade.
3.
R: A afirmação é falsa; a Filosofia sistemática pode ocupar-se desses problemas, aprofundando-os e tratando-os em teorias que apresentam uma argumentação lógica e consistente.
4.
R: É verdade que a filosofia sistemática desconfia e combate todas as concepções consideradas inquestionáveis e que não se submeteram a um exame crítico/racional (Dogmas).
Essas concepções são dogmáticas (acríticas); são formadas e transmitidas sem que se averigue a sua veracidade/validade.
5.
R: É opinativo porque apenas traduz opiniões, pontos de vista subjectivos ( que variam de sujeito para sujeito e de circunstância para circunstância). As opiniões não são verdadeiros conhecimentos; o seu valor é relativo e limitado.
6.
R: No facto dos problemas que coloca serem universais, isto é, interessam a toda a humanidade e não apenas, aos filósofos: as questões filosóficas interpelam-nos a todos uma vez que não podemos escapar à nossa condição racional ( somos seres pensantes).
7.
R: Filosofia espontânea.
8.
R: O seu objecto é abrangente, totalizador.
A multiplicidade de definições dificulta o estabelecimento de consensos (acordos); não se torna possível encontrar uma só definição, uniforme e válida para todos os autores/filósofos.
9.
R: Opiniões / pontos de vista.
10.
R: As ciências especializam-se no estudo de um objecto bem definido (bem delimitado).
11.
R: O Ser - a Totalidade do Real : a totalidade dos problemas que podem ser equacionados pelo pensamento humano.
12.
R: Reflexivo, crítico, problematizador, (Racional).
13.
R: Teorias (organizadas em Sistemas de pensamento)
14.
R: Porque leva as suas interrogações até ao limite: até à raíz dos problemas, procurando reflectir as suas causas, os seus fundamentos.
15.
R: É verdade, porque a filosofia espontânea é um pensamento vulgar, quotidiano,(típico do homem comum); reflecte as crenças, os costumes, as tradições culturais de um povo, de uma sociedade. O senso comum traduz-se no modo de viver e na mentalidade colectiva.
16.
R: Alternativa C : uma crença (senso comum).
17.
R: Nasce associado à vida e serve para orientar a própria vida: aplica-se aos problemas do quotidiano, traduzindo o modo de pensar do homem comum; é pragmático porque se aplica aos problemas práticos e imediatos da existência de cada um de nós ; por isso, é útil , no sentido em que soluciona a maior parte desses problemas.
18.
R: numa atitude de humildade relativamente ao conhecimento; o verdadeiro filósofo nunca se julga na posse da verdade, não sendo arrogante no que toca a essa matéria. Os verdadeiros filósofos têm consciência dos limites do entendimento humano.
19.
R: “ Eu só sei que nada sei ”. ( esta máxima atribuída a Sócrates, revela uma atitude de sageza, isto é, de sábia ignorância: reconhecimento dos limites do entendimento e do conhecimento humano).
20.
R: “ Philos” e “Sophia”.
21.
R: Foi atribuída a Pitágoras.
Philos – significa “amiga”; Sophia – significa “Sabedoria”; ( a Filosofia foi tomada nesta 1ª definição como a actividade amiga da sabedoria)
22.
R: Do estudo do conhecimento em geral: (o Conhecimento é analisado enquanto actividade da consciência).
23.
R: do Ser (Objecto da Filosofia).
24.
R: Axiologia (Área que investiga os Valores).
25.
R: Axiologia.
26.
R: Deus Existe? Haverá vida depois da morte?
A Metafísica ocupa-se de todas as questões que não podem ser conhecidas por via da experiência/vivência, ou pela aplicação de qualquer método usual de investigação como, por exemplo, o método experimental. ( Os problemas metafísicos não decorrem da experiência - são problemas que têm a sua génese na Razão humana: decorrem da nossa capacidade natural de pensar).
27.
R: O Sagrado / o Divino e o seu oposto: o Profano ( tudo o que não é sagrado).