segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Correcções 2º Teste 1º Período

TURMA D
QUESTÕES:
1. Explique, com base no texto, a especificidade da acção humana.
2. Identifique e caracterize, as fases do acto voluntário.
3. Identifique, na situação relatada pelo texto, os elementos da rede conceptual da acção.
4. Defina condicionantes da acção e caracterize os vários tipos associados ao comportamento humano.

CORRECÇÃO POR OBJECTIVOS: (Tópicos de análise e dissertação)

1.Esclarecer aspectos de convergência e de divergência entre o comportamento humano e animal:

Referir que só no domínio natural/biológico se podem estabelecer semelhanças (ilustrar com exemplos de condutas associadas à satisfação de necessidades básicas, garantia da sobrevivência individual e da espécie).
Demarcar/diferenciar os comportamentos biológicos e instintivos na espécie humana dos comportamentos rígidos, automáticos e padronizados das restantes espécies: frisar que na espécie humana os comportamentos instintivos puros são, praticamente, inexistentes.
Demonstrar que essa diferenciação ocorre, fundamentalmente, porque na espécie humana as acções são racional e voluntariamente dirigidas e as predisposições genéticas/biológicas, são permanentemente integradas e moldadas pelas dimensões histórica e socio-cultural em que o homem se integra.
Esclarecer que a actividade inventiva e compensadora das limitações naturais (referida pelo texto) ultrapassa, na espécie humana, a luta pela sobrevivência e continuidade da espécie e remete para a construção de um projecto de vida que implica:
- uma auto-consciência de si e da mortalidade – que passa pela consciência do tempo(temporalidade).
- uma construção de conhecimentos e respectiva aplicação nos contextos social e cultural : ao transformar a natureza, o homem é construtor de si próprio, através do uso de faculdades especificamente humanas, como o pensamento e a linguagem, das quais dependem todas as grandes criações como a ciência, a tecnologia, as artes, etc., pelo que o nicho ecológico do homem não é, simplesmente, o mundo dado (a natureza), mas um mundo construído pelo pensamento associado à acção: o nicho ecológico do homem é, simultaneamente, bio-socio-cultural.

2. Identificar as fases do acto voluntário: concepção, deliberação, decisão e execução.

Caracterizar cada uma das fases: A concepção consiste na planificação da acção que, por sua vez, implica a identificação e selecção dos meios adequados para atingir determinados objectivos (metas). A deliberação implica a ponderação e análise das hipóteses, dos motivos e consequências das acções; este facto pode originar dificuldades nas opções a tomar, uma vez que podem ocorrer conflitos que dificultam as escolhas. A decisão traduz-se na opção por uma das hipóteses colocadas na fase anterior e, consequentemente, na ultrapassagem de conflitos. A execução é a acção propriamente dita: corresponde à concretização da hipótese de acção seleccionada na fase anterior - é a passagem da intenção ao acto.

3. Associar ao conteúdo do texto, os elementos da rede conceptual da acção:
Agente - António

Intenção – Alhear-se dos problemas familiares e deixar todo o seu serviço concluído, antes do atendimento aos clientes. Evitar uma discussão acesa com o gerente.
Motivo – A situação difícil em que se encontrava (problemas familiares relacionados com a saúde da filha, acréscimo de despesas no médico e na farmácia).
Consciência – A percepção de si como autor e responsável pelos seus actos e a noção da sua situação delicada em termos familiares, financeiros e profissionais.
Livre arbítrio – A capacidade de realizar escolhas conscientes e voluntárias e de agir em conformidade com essas escolhas: António escolheu cumprir a ordem do gerente (despachar o serviço do colega), calando a sua revolta e evitando discussões que só agravariam, ainda mais, a sua situação.

4 .Definir condicionantes da acção; caracterizar os tipos de condicionantes:

Designam-se por condicionantes da acção todos os factores (externos ou inerentes ao sujeito) que interferem no modo como exerce a sua liberdade, condicionando ou limitando a forma como realiza as suas escolhas e acções.
Os condicionantes fisico-biológicos – englobam factores de vária ordem, relacionados com as condições ambientais, o património genético e as características físico-biológicas do próprio sujeito.
Os condicionantes histórico-socio-culturais – traduzem o contexto e as características da sociedade e da cultura em que nos inserimos: o património de conhecimentos, os hábitos/costumes, as regras, os preconceitos e os valores que caracterizam a sociedade em que nos integramos e que vamos interiorizando, ao longo da vida, por intermédio do processo de socialização: influência de todas as instituições e relações sociais que orientam, regem e controlam os nossos comportamentos (a família, a escola, a inserção no mundo do trabalho, as relações pessoais e socio-profissionais, os tribunais, a polícia, entidades culturais e desportivas, etc.).
Nota: ( é na interacção entre todos estes factores, que se forma o carácter e a personalidade de cada sujeito, responsável pela identidade de cada indivíduo e, consequentemente, pelo modo particular como cada um realiza as suas opções e concretiza as suas acções/comportamentos).

TURMAS: A B C
QUESTÕES:

1. Explique, com base no texto, a especificidade da acção humana.
2. Esclareça a afirmação, integrando os aspectos sublinhados.
3. Identifique os elementos da rede conceptual da acção e caracterize a orientação da vontade (querer) do protagonista da história.
4. Defina condicionantes da
acção e esclareça o seu papel no reforço da liberdade e responsabilidade do agente.

CORRECÇÃO POR OBJECTIVOS: (Tópicos de análise e dissertação)

1.Esclarecer aspectos de convergência e de divergência entre o comportamento humano e animal:
Referir que só no domínio natural/biológico se podem estabelecer semelhanças (ilustrar com exemplos de condutas associadas à satisfação de necessidades básicas, garantia da sobrevivência individual e da espécie).
Demarcar/diferenciar os comportamentos biológicos e instintivos na espécie humana dos comportamentos rígidos, automáticos e padronizados das restantes espécies: frisar que na espécie humana os comportamentos instintivos puros são, praticamente, inexistentes.
Demonstrar que essa diferenciação ocorre, fundamentalmente, porque na espécie humana as acções são racional e voluntariamente dirigidas e as predisposições genéticas/biológicas são permanentemente integradas e moldadas pelas dimensões histórica e socio-cultural em que o homem se integra.
Esclarecer que a actividade inventiva e compensadora das limitações naturais (referida pelo texto) ultrapassa, na espécie humana, a luta pela sobrevivência e continuidade da espécie, ameaçando, até, outras espécies e remetendo para a construção de um projecto de vida que implica:
- uma auto-consciência de si e da mortalidade – que passa pela consciência do tempo(temporalidade).
- uma construção de conhecimentos e respectiva aplicação nos contextos social e cultural : ao transformar a natureza, o homem é construtor de si próprio, através do uso de faculdades especificamente humanas como o pensamento e a linguagem, das quais dependem todas as grandes criações como a ciência, a tecnologia, as artes, etc.. Concluir que o nicho ecológico do homem não é, simplesmente, o mundo dado (a natureza), mas um mundo construído pelo pensamento/conhecimento associados à acção: o nicho ecológico do homem é, simultaneamente, natural/biológico e histórico/socio-cultural .

2. Distinguir os conceitos: “acontecer”, “fazer” e “agir”e contextualizá-los na afirmação:
As nossas acções são, apenas, “algumas das coisas que fazemos” e, por isso, distinguem-se das condutas que se inscrevem na ordem do “fazer” e dos factos e acontecimentos que ocorrem, independentemente da intenção, vontade e acção de cada sujeito. Assim, integram-se na ordem do agir apenas os comportamentos conscientes, intencionais e voluntários que exprimem as opções, as decisões e as acções praticadas por um sujeito no pleno uso do seu livre-arbítrio e que, por isso, (enquanto actos conscientes, voluntários e intencionais) acarretam a responsabilidade do agente. São exemplos de acções, casar, estudar, pensar, ler, discursar, dirigir uma empresa, etc.
Na ordem do fazer, integram-se as condutas instintivas e as respostas automáticas e involuntárias: todo o tipo de comportamentos que se designam por reacções/actos reflexos, bem como todos os automatismos associados a condutas rotineiras que realizamos de forma quase automática, sem reflectir e sem serem planeados. Inscrevem-se na ordem do fazer, comportamentos como “piscar os olhos” por efeito de uma luz intensa, os movimentos musculares causados por choque ou pancada, o pânico involuntário e inconsciente quando ficamos bloqueados no elevador, ressonar, espirrar, lavar os dentes todas as manhãs por simples automatismo rotineiro, etc.
Acontecimentos são todos os factos e situações que ocorrem objectivamente e que são independentes da vontade, intenção ou acção do sujeito. Os acontecimentos objectivos podem, no entanto, dar origem a reacções e a acções. Exs: fecho os olhos como mecanismo de defesa face a uma luz intensa (luz solar ou outra). Planifico onde vou investir o dinheiro que me saiu no Euro- milhões; reajo com um insulto quando sou agredido, etc., etc.
Nota: Por outro lado, também existem acontecimentos que decorreram de iniciativas subjectivas individuais ou consertadas (da responsabilidade de um ou de mais sujeitos como, por exemplo, a 2ª Guerra Mundial, o ataque às Torres Gémeas, etc.). Não é a esse tipo de situações que se aplica a designação de puro “acontecer”- uma vez que, em todo o caso, resultaram de acções.

3. Associar ao conteúdo do texto, os elementos da rede conceptual da acção; caracterizar a orientação da vontade do sujeito (agente).

Agente - Gonçalo
Intenção – preservar aquele emprego; garantir a subsistência da família.
Motivo – A situação difícil em que se encontrava: tinha sido admitido recentemente na empresa, depois de um longo período em que esteve desempregado; tinha sido pai pela primeira vez e as despesas aumentaram.
Consciência – A percepção de si como autor e responsável pelos seus actos e a noção da sua situação delicada em termos familiares, financeiros e profissionais.
Livre arbítrio – A capacidade de realizar escolhas conscientes e voluntárias e de agir em conformidade com essas escolhas: Gonçalo escolheu não aderir à greve, apresentar-se mais cedo no local de trabalho e começar a trabalhar.
Neste caso, o sujeito vivenciou um conflito intenso (fase da deliberação) entre as suas convicções e valores pessoais (seria de inteira justiça aderir à greve) e os seus interesses e deveres socio-profissionais e familiares (manter o emprego e garantir a subsistência da família). Resolveu o conflito, executando uma acção que cedeu a elementos involuntários do querer que foram assumidos como deveres: na realidade, Gonçalo foi trabalhar por receio de perder o emprego e para garantir a subsistência da família e não por motivos voluntários da sua vontade: contrariou as suas convicções e os seus valores, mas a sua acção não deixou de ser consciente e voluntária: exerceu o seu livre arbítrio integrando, na sua vontade, elementos estranhos ao seu querer inicial (elementos involuntários mas conscientes).

4 .Definir condicionantes da acção; esclarecer o seu papel na afirmação da liberdade e responsabilidade do agente:

Designam-se por condicionantes da acção todos os factores (externos ou inerentes ao sujeito) que interferem no modo como exerce a sua liberdade, condicionando ou limitando a forma como realiza as suas escolhas e acções.
Se a acção humana não implicasse o confronto entre o sujeito e as circunstâncias favoráveis ou desfavoráveis ao exercício do seu livre‑arbítrio (que se traduz na capacidade de escolher e de agir, em conformidade com a sua consciência e vontade), a liberdade não faria sentido e as acções não seriam efectivamente responsáveis e livres: a liberdade implica a capacidade de escolher, decidir e agir, assumindo as responsabilidades por essas escolhas livremente realizadas. Só quando enfrenta obstáculos ou limitações ao exercício das suas escolhas é que o sujeito se sente desafiado a exercer a sua liberdade (a ter que decidir e optar) ganhando consciência e responsabilidade pelos seus actos – sentindo-se, efectivamente, como o único e verdadeiro autor da sua própria vida e responsável por tudo o que nela resultar das suas escolhas e acções. Se o sujeito conduzir a sua vida apenas pelas opções ou pressões alheias ou se se demitir de escolher quando enfrenta factores que condicionam as suas opções e decisões, nunca será verdadeiramente livre; logo, nunca será verdadeiramente responsável a não ser pela sua própria apatia, conformismo e inacção que o tornarão facilmente manipulável pela vontade alheia ou pelas circunstâncias: não será um homem livre mas uma “marioneta”.
FIM