quarta-feira, 22 de abril de 2009

Dossier 3º Período

A Educação deve ser o telos central de um Estado de Direito que tem por obrigação formar cidadãos aptos e conscientes para o pleno exercício de uma cidadania democrática. Não se acede à cidadania sem uma cultura de conhecimento, sem a aquisição de valores convertidos em acções no plano factual.
É necessário continuar a reivindicar que a Educação esteja na ordem do dia: na agenda de sucessivos governos que apregoam uma "paixão" sistematicamente adiada e ignorada.

Matriz Teste 3º Período:

Estrutura:

2 versões com igual estrutura:


Grupo I


2 textos


3 questões (de resposta curta) subordinadas aos textos.


Grupo II


3 questões de resposta curta e objectiva


Grupo III


1 questão de resposta extensa subordinada a texto: (comentário/esclarecimento de conteúdos expostos no texto).


Orientações de Estudo:


  • A matéria a integrar no teste vai da pág. 110 até à pág. 150 inclusivé.


  • O teste inclui matéria em revisão: as concepções éticas de Kant e de S. Mill; Ética, Direito e Política.


  • Um tema novo : a concepção ético-política de Aristóteles (até pág. 150).

  • não serão objecto de avaliação, neste teste, as concepções ético-políticas de J.Locke e de Rawls.

  • Deverão explorar, no vosso estudo, todos os materiais de apoio divulgados (incluíndo aqueles que já foram publicados, há algum tempo no Blog, as correcções de testes e tarefas e as páginas do manual indicadas); estão ainda divulgados, na Papelaria, outros materiais complementares sobre a concepção ético-política de Aristóteles: textos e esquemas/sinopse que serviram de suporte às aulas.

  • Nota: a aquisição dos materiais que estão na Papelaria é facultativa (já que se vinculam ao percurso do Manual).

Cotações:


Grupo I (10 valores: 3+3+4)


GrupoII ( 6 valores: 2+2+2)


Grupo III (4 valores) : Total 20 valores



Estarei atenta às vossas dúvidas a partir da publicação desta postagem.

Só mais uma palavrinha: A nossa Exposição está um sucesso (pena é que se tenha sujeitado, diariamente, ao vandalismo e à destruição: é um problema que persiste ano após ano e que, lamentavelmente, parece incontornável no seio das Escolas, suscitando a legítima interrogação sobre o modo como concretizam o seu papel e funções numa educação para a cidadania e para os valores e também sobre o modo como zelam pela concretização e promoção dos seus Projectos Educativos).


Mesmo lamentando este facto, PARABÉNS a TODOS e UM GRANDE ABRAÇO.


ESCLARECIMENTO de DÚVIDAS:

Inês:

Respondendo à tua questão direi que nem sequer vale a pena remeter para outros autores que, directa ou indirectamente são inspirados pela Filosofia utilitarista, como é o caso do autor que referes. O pragmatismo é, uma versão mais recente do utilitarismo.

Assim, o conceito integrado no esquema da pág. 129 remete, apenas, para a concepção utilitarista de Stuart Mill: como sabes, nesta teoria, ao contrário do que acontece com a perspectiva kantiana os meios podem justificar os fins, desde que as consequências das acções sejam úteis para o maior número de pessoas: assim, admite-se a instrumentalização dos indivíduos ( é um critério prático da moralidade que não exclui a possibilidade de pôr em causa direitos individuais, desde que as consequências desse procedimento favoreçam a felicidade do maior número de pessoas). Ora, esta perspectiva defendida por Mill subordina a moralidade ao critério da utilidade e das boas consequências de uma acção.

Este critério é totalmente oposto à perspectiva das teorias deontológicas da moralidade (como é o caso da de Kant); Nesta teoria nenhum ser humano pode ser instrumentalizado por outros, mesmo que as consequências dessa acção sejam benéficas para um número maior de pessoas. " Cada ser humano deve ser respeitado como um fim em si mesmo e não deve ser tomado como um meio para servir outros fins". É preciso não esquecer que a moral kantiana assenta no princípio do dever e assume o valor da dignidade humana como o valor supremo da moralidade: assim, não existe nenhuma causa ou finalidade que possa justificar, no plano ético, que qualquer ser humano na sua singularidade, possa ser tomado como um meio ( ou instrumento) ao serviço de outras causas, quaisquer que elas sejam.

Atenção:

(Conclusão da correcção da actividade iniciada na aula)

3. São exemplos de desobediência civil, manifestações públicas de carácter laboral/sindical, social ou cultural, ocupações de instalações, greves de zelo ou outras, etc. São exemplos de actos de objecção de consciência, acções individuais ( decididas no foro privado da consciência de cada sujeito) por motivos ideológicos, religiosos, etc. São exemplos de actos por objecção de consciência a recusa, por parte de qualquer cidadão, em cumprir o serviço militar por razões políticas, éticas ou religiosas; a recusa, por parte de um profissional de saúde em praticar um acto clínico que viole os seus princípios éticos como, por exemplo, o aborto ou a eutanásia, etc.

4. " Se a justiça social decorre do cumprimento de princípios de igualdade, no que respeita ao usufruto da liberdade e da riqueza e se esses são direitos sociais, devem ser considerados na elaboração e aplicação das leis, por parte dos Estados empenhados em combater as injustiças e assimetrias sociais, em prol da construção de sociedades mais justas na distribuição dos recursos e da riqueza. Os direitos fundamentais não podem nem devem continuar a ser entendidos pelos Estados de Direito contemporâneos como "privilégios" de sectores mais favorecidos da sociedade".

5. Nas sociedades contemporâneas as classes mais desfavorecidas sentem-se discriminadas e excluídas, por não terem acesso ao trabalho e às "regalias" associadas à integração socioprofissional das quais beneficiam os cidadãos profissionalmente activos e socialmente integrados.

Por outro lado, os que são profissionalmente activos e socialmente integrados, produzindo a riqueza e os recursos de que a sociedade em geral usufrui, pagam elevados impostos sobre o rendimento (e outras taxas associadas aos bens adquiridos), sentindo-se injustiçados por "sustentarem" os apoios sociais e financeiros dos quais beneficia uma grande franja da população que está inactiva e que sobrevive de apoios e subsídios, sobrecarregando as despesas do Estado.







Um comentário:

InêzBorges* disse...

Boa tarde stora.
Enquanto estudava surgiu-me uma dúvida...
Na página 129 do manual referem o termo "instrumentalização".
Este pode estar de algum modo relacionado com o instrumentalismo ?
(Que pelo que pude constatar,no geral, é uma doutrina filosófica desenvolvida por John Dewer (filósofo americano), uma das variantes do pragmatismo, pela qual toda a teoria é válida enquanto instrumento para a acção).

Agradecia que me esclarecesse :)

Inês,10ºB